Teoria das Vantagens Absolutas e a Teoria das Vantagens Comparativas

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Qual a diferença entre a Teoria das Vantagens Absolutas e a Teoria das Vantagens Comparativas?

A pedido de leitores, iremos nesta postagem fornecer mais informações relacionadas ao curso de Comércio Exterior, mais especificamente sobre as diferenças entre a Teoria das Vantagens Absolutas de Adam Smith e a Teoria das Vantagens Comparativas de David Ricardo, dois grandes economistas cuja as teorias influenciam até os dias atuais as políticas de comércio de empresas multinacionais e políticas de governo. A fim de percebermos tais diferenças, faz-se necessário que compreendamos ambas as teorias, iniciando pela Teoria das Vantagens Absolutas.

teoria das vantagens absolutas
O que foi a Teoria das Vantagens Absolutas de Adam Smith?

Foi uma teoria expressa no livro “A riqueza das nações”, em 1776, de Adam Smith, onde o autor relata sobre a divisão do trabalho na esfera internacional e as futuras conseqüências dessa divisão. Segundo o autor, com a especialização de produções em cada país, seria possível contribuir para a melhoria do bem-estar das populações.

Tais idéias deram suporte a Teoria das Vantagens Absolutas, onde, cada país deveria se concentrar naquilo que produz a um preço mais baixo e trocar parte dessa produção por artigos que custem menos em outras nações. Adam Smith é considerado até os dias atuais o “pai da economia moderna”, defensor do livre comércio entre as nações.

Pressupostos da Teoria das Vantagens Absolutas:

Segundo o economista, o acesso aos mercados externos ajuda a criar riqueza. Deste modo, se uma empresa fica limitada ao tamanho de mercado de seu país, sua grandeza também apresentará limites. Além do mais, as importações permitem que um país obtenha produtos que ele não pode produzir ou produza a um custo muito elevado.

Também há que se destacar o ponto de vista das barreiras comerciais. As barreiras comerciais, ao reduzirem o tamanho potencial do mercado, reduzem as possibilidades de especialização, das trocas entre países e da especialização.

Exemplo de como funciona a Teoria das Vantagens Absolutas na prática:

Digamos que cada trabalhador na Rússia seja capaz de produzir 30kg de trigo por ano enquanto que, na Inglaterra, essa capacidade caia para 20kg/trabalhador. Já no cenário relacionado ao aço, cada trabalhador na Rússia é capaz de produzir 6kg ao ano, ao mesmo tempo em que na Inglaterra este número passa para 10kg no mesmo período.

De acordo com o cenário citado acima, Smith iria sugerir que a Rússia se especializasse na produção de trigo e a Inglaterra na produção de aço, trocando assim, entre si, os excedentes de produção. Dessa forma, ambos os países sairiam ganhando.

Principais críticas à Teoria das Vantagens Absolutas:

Como principais críticas a esta teoria, podemos citar que ela considerava que os preços eram definidos principalmente pela quantidade de horas utilizadas (mão de obra) durante a produção, sendo que, na verdade, o custo de uma mercadoria é conseqüência de três fatores: natureza (matéria-prima), trabalho (mão de obra) e capital (investimento). Outra crítica é que caso um país não possuísse nenhuma vantagem absoluta não haveria comércio.

O que foi a Teoria das Vantagens Comparativas de David Ricardo? Como ela é aplicada pelas empresas multinacionais?

O economista inglês, David Ricardo, em 1817, aperfeiçoou as idéias de Adam Smith (Teoria das Vantagens Absolutas) com a Teoria das Vantagens Comparativas, conhecida também como a Teoria dos Custos Comparativos. O pensador mostrou que, mesmo que um país possuísse vantagem absoluta sobre o outro na produção de todas as mercadorias, o comércio ainda assim poderia ser proveitoso para ambos. Conhecida como Lei da Vantagem Comparativa, esta é uma das mais famosas leis da economia e ainda não foi contestada.

Exemplo prático de como funciona a Teoria das Vantagens Comparativas:

Vamos imaginar o seguinte cenário. Cada trabalhador na Rússia produz 18kg de milho por ano, enquanto que na Inglaterra esta relação é de 20kg. Já no que se refere ao arroz, a Inglaterra mantém a superioridade na produção, sendo que cada trabalhador produz 10kg desta mercadoria ao ano, enquanto que na Rússia temos apenas 6kg/ano.

Dessa forma, a Inglaterra apresenta uma vantagem absoluta na produção de arroz e uma vantagem absoluta também na produção de trigo, mas repare que na produção deste bem (milho), há uma vantagem absoluta menor, pois de 18 a 20 temos uma variação porcentual de 11,11% enquanto que a variação de 6 a 10 (arroz) é de 66,66%. David Ricardo sugere, neste caso, que a Inglaterra venda o excedente de arroz para a Rússia, enquanto esta, por sua vez, termina por vender seu excedente de milho para a Inglaterra.

Você deve se perguntar, mas por que motivo a Inglaterra está comprando milho da Rússia se a mesma produz este bem com um custo menor? A resposta é simples: Custo Oportunidade. A Inglaterra deve concentrar seus trabalhadores na produção do que faz de melhor (arroz) em vez de diversificá-la produzindo milho. Assim, abre-se espaço para adquirir milho da Rússia, tendo em vista que a vantagem absoluta para este item é menor em comparação à mesma. Em resumo, ambos os países saem ganhando nesta negociação.

Pontos Positivos relacionados à Teoria das Vantagens Comparativas:

Pode-se concluir, através desta teoria, que é vantajoso para um país participar do comércio internacional. Além disso, fica claro que um país deve se especializar na produção dos produtos nos quais apresentam vantagens comparativas. Assim, os países podem elevar o bem-estar de sua população através do comércio internacional, pois dessa forma, atinge níveis de consumo superiores.

Conclusão

Esperamos ter conseguido alcançar nosso objetivo de explicar com clareza a diferença entre ambas as teorias. O resumo de tal disparidade é que a Teoria da Vantagem Absoluta analisa apenas a tal vantagem absoluta como parâmetro para a negociação, enquanto a Teoria da Vantagem Comparativa tem como principal referência o Custo Oportunidade para decidir o rumo das negociações de um país. Você se interessa por este assunto? Certamente também terá prazer em ler a matéria Comércio Exterior – O curso do futuro, não perca!

One Response

  1. Isilda de Carvalho says:

    perfeita explicação.. A melhor que ja encontrei!

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